terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cotas podem gerar preconceito na universidade ?


Veja os melhores momentos do debate do iG com estudantes


Grupo de 10 alunos de escolas públicas de São Paulo discutiu o ensino médio e apontou que cotas podem gerar preconceito na universidade



iG São Paulo 




Na última terça-feira, o iG promoveu um debate com dez estudantes de escolas públicas de São Paulo para ouvir o que eles pensam sobre a qualidade da educação e o ensino médio , etapa na qual o País avançou pouco no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 . A nota do Brasil no ensino médio ficou em 3,7, apenas 0,1 a mais do que na última edição do Ideb.
Com mediação do colunista do iG e especialista em Enem, Mateus Prado , os alunos debateram por uma hora e divergiram sobre a adoção das cotas sociais e raciais em universidades públicas. Eles acreditam que a política pode causar preconceito nas universidades. “Se (a cota) for por uma questão de cor/raça, eu acho que geraria um preconceito lá dentro (na universidade)”, disse Maick Souza, aluno da Escola Estadual Antônio Emílio de Souza Penna. Natalia Simão, estudante da ETEC Raposo Tavares, concordou: “Colocando uma cota, você vai gerar uma exclusão dentro da universidade”, .
Veja os melhores momentos :
“(A cota) É um dos poucos meios facilitadores, que conseguem colocar pessoas de classes trabalhadoras, da periferia, no ensino superior. [...] Meu processo, minha caminhada, minha história é muito diferente do aluno de uma escola privada”, defendeu Luis Felipe Chrystian Silva, aluno da Escola Estadual Governador Paulo Sarasate. Tawany Gabriela de Oliveira, estudante da Escola Estadual Cidade de Hiroshima, rebateu: “Se o Luis tem a mesma capacidade do que eu, que sou negra. Por que eu deveria 'ter a oportunidade' e ele não ter?", declarou .
Arthur Mello, 15 anos, aluno do Instituto Técnico Federal de São Paulo (IFSP), em Osasco, discorda que a política seja positiva: “Para mim as cotas de escola públicas é o governo admitindo e se acomodando por ter o pior ensino possível. [...] Não quero ter 50% (de cota), quero ter um ensino de qualidade”. O estudante também relatou problemas na infraestrutura de sua escola: "Quando chove cai água do teto (na sala de aula). Meu irmão já teve que fazer prova com guarda-chuva".
Violência também foi um dos temas levantados pelo grupo. “Minha professora de sociologia já levou cadeirada e mesada de alunos do período da noite”, relatou Mariana Thimoteo da Silva, da Escola Nossa Senhora da Penha.
“Minha professora já confessou para mim que vai dar aula com medo. A região da periferia já tem uma fama ruim. Muitos professores são do centro, não estão acostumados e ver favela, e ficam com medo de nós, da periferia”, declarou Anny Gomes, da Escola Estadual Presidente Café Filho.

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