sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

VOLTA ÀS AULAS: Estudante precisa avaliar se vai aguentar colégio e cursinho juntos



Pensando na preparação para o vestibular, muitos estudantes procuram os cursinhos pré-vestibular ainda no ensino médio. Mas nem sempre a busca por aulas extras é a melhor alternativa.

O autoconhecimento é determinante para o aluno saber se vai conseguir ou não cursar colégio e cursinho ao mesmo tempo. Além de calcular o gasto de tempo com as atividades escolares e com as aulas do cursinho, é necessário conciliar o modo de estudo. "O cursinho irá abordar matérias que o estudante pode ainda não ter aprendido; ele vai ter que saber lidar com isso", diz Armando Tambelli, coordenador do ensino médio da Escola da Vila.

Professor

Por sua experiência, Tambelli diz ser contraproducente essa dupla jornada: "O aluno precisa passar pelos processos de aprendizagem adequados para fazer uma revisão adequada". Mas não há uma receita pronta: "Se o estudante for suficientemente organizado, pode ser viável", pondera.

Silvana Leporace, orientadora educacional do colégio Dante Alighieri, lembra que o estudante não pode esquecer que precisa terminar o colégio: "É importante que o aluno consiga concluir os estudos com tranquilidade". Para ela, é melhor fazer somente meio ano de cursinho -- o chamado intensivo. "O cursinho só faz a revisão do conteúdo. O ideal é se dedicar ao colégio no primeiro semestre, pois o desgaste não vale a pena."

Deve-se observar ainda a carga horária da escola e a ênfase das aulas (se são trabalhados conteúdos e questões de vestibular ou não). "De modo geral, as escolas oferecem revisão no terceiro ano, mas o cursinho tem os simulados, que são um treinamento de tempo", diz Maria da Conceição Uvaldo, especialista em orientação profissional da USP (Universidade de São Paulo). "Tendemos a achar que depende mais do estudante, mas o modelo da escola também deve ser observado", ressalta.

Outra fator a que o estudante deve estar atento são os diferentes tipos de cursinho: há aqueles com aulas de auditório e os menores, mais semelhantes ao ambiente escolar. Para a professora da USP, os cursinhos maiores são mais interessantes para quem ainda está no colégio, pois "por serem diferentes da sala de aula, cansam menos", diz.

Que curso fazer?

A escolha da graduação é outro ponto primordial para nortear os esforços a serem feitos, embora nem sempre seja encarada com tanta importância: "O aluno tem que saber primeiro o que quer, até para escolher melhor a faculdade que irá cursar", explica Cássia Pires, orientadora profissional da clínica Edac.


Para ela, o estudante deve "namorar muito" a profissão que pretende seguir: "É como um casamento. O estudante deve conhecer o currículo da graduação, falar com pessoas que estudaram o curso que ele pretende seguir e reunir o máximo de informações para ter a real percepção do que está escolhendo", disse.

Segundo a orientadora, a grande dificuldade dos jovens na hora de escolher uma profissão é lidar com o peso de que será "para sempre". O aumento dos tipos de graduação e a preocupação com o retorno financeiro também são agravantes: "Os jovens devem saber que o mercado é aberto, que as áreas se comunicam e que, depois de formado, ele poderá trabalhar com áreas diversas".

Por isso, os especialistas são unânimes em afirmar que os pais devem ser realistas e conversar abertamente sobre o assunto com os filhos e com os coordenadores da escola. "Os pais podem trazer informações sobre o que ocorre no mercado de trabalho e na atualidade", diz Cássia Pires. "Eles devem estar atentos para perceber se os jovens precisam ou não de apoio."

Armando Tambelli diz que uma boa conversa pode ajudar tanto os filhos quanto os pais: "Os alunos desmistificam aquela imagem idealizada das profissões, e os pais perdem a ansiedade e conseguem perceber melhor como o filho está se preparando", diz.

FONTE: http://vestibular.uol.com.br

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