sábado, 28 de abril de 2012




28 de abril: Dia da Educação


A boa educação é a base para uma nação evoluída e justa. Isso quer dizer que, se as pessoas têm oportunidade de acesso a uma educação de qualidade, aumentam as chances de elas terem uma vida digna e de exercerem a cidadania de forma plena, colocando em prática tanto seus direitos como suas obrigações.
A educação é um direito fundamental de todos os brasileiros e um dever do Estado. É o que está escrito na Constituição (a Lei Maior do nosso país). Além disso, a educação abre portas para outros direitos, como saúde, trabalho e lazer.
Portanto, o tema educação engloba toda a sociedade brasileira, em todas as idades (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos), nos mais variados níveis de ensino (educação infantil, educação básica, educação de jovens e adultos, educação universitária), em todas as classes econômicas e em todos os estados brasileiros.

Educação na prática: o papel da família e da escola
O processo de educação começa com a família: os pais ensinam aos filhos o que julgam ser certo e como devem se comportar. Isso acontece principalmente com o exemplo que dão no dia a dia, por meio de sua forma de agir dentro de casa e de se relacionar com o mundo de forma geral.
Mas a estrutura familiar é proporcionada por quem cria e convive com a criança ou adolescente, e não necessariamente pelos pais biológicos. O fundamental é a criança se sentir amada e ter referências e ensinamentos que a ajudem a "ler o mundo" e a se comportar dentro e fora de casa.
A figura da família é complementada pela escola, que, além de ensinar a vida em sociedade, habilita o jovem para escolher um ofício e ser economicamente produtivo. Também é importante escolher uma área de atuação e se especializar, pois as novas tecnologias e conhecimentos exigem uma formação cada vez maior dos candidatos aos novos empregos.

Os problemas da educação no Brasil
Boa parte da população não tem acesso ao Ensino Fundamental. Erradicar o analfabetismo é uma meta que o Brasil ainda não alcançou. Por outro lado, nas últimas décadas, houve redução do analfabetismo e elevação do nível de instrução da população.
Alguns dos principais problemas que a educação enfrenta no Brasil são:
  • os prejuízos relacionados com desvio e má aplicação do dinheiro público;
  • a ineficiente fiscalização dos órgãos responsáveis, tanto da aplicação dos recursos públicos, quanto no cumprimento das normas e diretrizes ditadas pelo MEC para o funcionamento das instituições de ensino superior.


sábado, 21 de abril de 2012

quarta-feira, 18 de abril de 2012

19 DE ABRIL - DIA DO ÍNDIO

ATIVIDADES INFANTIS PARA O DIA DO ÍNDIO

427723 Atividades infantis para o dia do índio Atividades infantis para o Dia do Índio


O Dia do Índio, comemorado em 19 de abril, é uma data que impulsiona várias homenagens aos povos indígenas e descendentes. Esta ocasião se revela apropriada para conhecer um pouco mais sobre os hábitos e costumes das tribos e se envolver com os traços culturais dos primeiros habitantes do Brasil.

A decisão de oficializar o dia 19 de abril como sendo o ‘Dia do Índio’ foi tomada pelo presidente Getúlio Vargas em 1943. A partir de então a data comemorativa passou a motivar eventos sobre a cultura indígena e passou a ter um impacto muito forte principalmente na escola.

O Dia do Índio serve de inspiração para propor diversas atividades infantis, contribuindo desta forma com a interação das crianças e com o aprendizado sobre a cultura de outro povo. Quando os alunos se envolvem nas atividades, eles passam a adquirir novos conhecimentos sobre a vida dos indígenas e desfrutam de momentos divertidos.

427723 Atividades infantis para o dia do índio 1 Atividades infantis para o Dia do Índio


Confira a seguir sugestões de atividades infantis para o Dia do Índio que podem ser propostas na escola.

1. Desenhos para Colorir

Distribuir desenhos para que as crianças possam colorir é uma atividade bastante comum à educação infantil. Apesar de simples, este trabalho estimula a criatividade e proporciona bons momentos de entretenimento.

2. Pesquisas sobre a Cultura Indígena

Divida os alunos em grupos e proponha pesquisas a respeito os índios. Este tipo de atividade ajuda a desenvolver habilidades de investigação, interpretação e leitura para compreender melhor o tema. Cada equipe deverá pesquisar sobre um assunto relacionado ao povo indígena, tais como: forma de moradia, utensílios e armas, hábitos alimentares, lazer, forma de vida, entre outros.

3. Montagem de máscara ou cocar

O Dia do índio pode ser uma ótima oportunidade para que as crianças possam criar figurinos temáticos. A professora pode distribuir moldes entre os alunos para a confecção de máscara ou cocar, distinguindo as peças de meninos e meninas. Lápis de cor, tinta guache, glitter, cola colorida e penas são alguns materiais úteis no trabalho.

4. Pintura do rosto

Ao invés de propor que cada criança confeccione a sua própria máscara de indiozinho, também existe a possibilidade de pintar o rosto de maneira temática. A professora deve coordenar esta atividade e tomar cuidado com os materiais usados, afinal, certos produtos podem afetar a pele.

5. Artesanato com materiais recicláveis

Que tal aliar o Dia do Índio com a consciência sustentável? Então saiba que isto é possível através do artesanato com materiais recicláveis. Entre as ideias que fazem sucesso na educação infantil, vale destacar o cocalho de garrafa PET, o colar de macarrão e fantoches de palitos de picolé.

6. Passeios temáticos

Com a autorização dos pais e da escola, a professora pode levar os alunos para passeios temáticos em comemoração ao Dia do Índio. Existem muitos museus que fazem exposições sobre a cultura indígena e merecem ser visitados.

7. Músicas e brincadeiras

Selecione algumas brincadeiras temáticas e proponha aos alunos no Dia do Índio. Aproveite a ocasião para ensinar canções para as crianças, incluindo no repertório as músicas mais conhecidas como ‘Os Indiozinhos’, ‘Brincar de índio’, ‘Meu Amigo índio’ e ‘Curumim’.

DICAS DE PROFISSÕES - FARMÁCIA

FARMÁCIA


DICAS DE PROFISSÕES - BIOLOGIA

BIOLOGIA


EM BUSCA DE PROFISSÕES



Profissionalismo é uma exigência de conhecimentos técnicos de determinada profissão. Assim, profissional é o indivíduo que não é amador, que possui a qualificação necessária para desenvolver determinada função. Mas para adquirir esta qualificação foi necessário a este sujeito investimento de seu tempo, dinheiro, esforço, etc. Profissão é também um dos maiores conflitos dos jovens atualmente. Ou melhor, a escolha desta profissão. Chegado o momento do vestibular, é a última chance de definir o que pretende fazer em termos profissionais. Na maioria das vezes, confusos, decidem-se por aquilo que lhes parece promissor, afinal, os pais, em geral investiram muito para proporcionar-lhes a oportunidade de um futuro, senão brilhante, no mínimo confortável. Feita a escolha, poderão ficar tranqüilos pelo resto de suas vidas. Na realidade as profissões aparecem e desaparecem conforme as necessidades sociais. Um exemplo disso é que, quando do surgimento da sociedade capitalista - uma das maiores transformações por que já passou a história da humanidade - as profissões sofreram alterações consideráveis. Outro exemplo pode ser assistido hoje, profissões surgem, profissões desaparecem.Como toda e qualquer transformação em nível global, a sociedade capitalista traz consigo diferentes necessidades. Entre elas, a de profissionais diversos, que atendessem ao seu intuito, qual seja, o acúmulo cada vez maior de capital financeiro. Hoje não é diferente, vive-se um momento de intensas mudanças no que se refere aos tipos de profissionais. Os indivíduos integrantes daquele ou deste contexto empreendem verdadeira “corrida” rumo ao que lhes parece promissor do ponto de vista financeiro. Encantam-se com as possibilidades de ascensão – e desta vez não se trata de status como já aconteceu em diferentes momentos da história, mas trata-se de dinheiro propriamente que é a mola que impulsiona as sociedades atuais. Mas até quando será promissora a profissão escolhida? Acredita-se que até o momento em que seja necessária à sociedade em questão. Tal qual a sociedade capitalista, a sociedade do conhecimento ou sociedade da informação – algumas das formas como tem sido denominada a sociedade atual - faz as suas exigências próprias. A cada dia surge uma nova profissão, um novo profissional. Com isso criam-se outras r novas expectativas. Dado o fato de que as profissões mais “cobiçadas” até aqui tendem a perder espaço para as mais “promissoras”, passa-se, então, a investir na nova profissão. Assim, as profissões representam uma peculiaridade de cada momento histórico. Significa dizer que surgem com as necessidades sociais. Entre outras coisas, a extinção de determinadas profissões exprimem as exigências de nosso tempo. São, enfim, mudanças irreversíveis e necessárias diante das exigências desta realidade. Se em certo momento da sociedade houve profissionais que não existem mais, não será grande surpresa, diante do desenvolvimento tecnológico acelerado de hoje, daqui a alguns anos não tenhamos mais, por exemplo, profissionais como a empregada doméstica. Ela poderá ser substituída por um robô.


DICAS DE PROFISSÕES - GEOGRAFIA

GEOGRAFIA


DICAS DE PROFISSÕES - FÍSICA

FÍSICA


DICAS DE PROFISSÕES - MATEMÁTICA

MATEMÁTICA


DICAS DE PROFISSÕES - LETRAS

LETRAS


DICAS DE PROFISSÕES - EDUCAÇÃO FÍSICA

EDUCAÇÃO FÍSICA


DICAS DE PROFISSÕES - QUÍMICA

QUÍMICA




ENGENHARIA QUÍMICA


RIO DE JANEIRO





Em alta graças à descoberta do pré-sal, o curso de Engenharia de Petróleo vai ensinar ao profissional as técnicas usadas para a descoberta, exploração, produção e comercialização de petróleo e gás natural. O engenheiro de petróleo tem como campo de atividade petroleiros, refinarias, plataformas marítimas e petroquímicas. Com seus conhecimentos em engenharia, geofísica, mineração e geologia, cabe a ele desenvolver projetos que visem à exploração e produção desses bens sem prejuízo ao meio ambiente nem desperdício de material. O profissional também é responsável por trabalhar em perfuração, transporte, instalação de sistemas submarinos, de gasodutos e no desenvolvimento de projetos na área.
Esse especialista também pode atuar em consultorias ambientais e no setor de exportação e importação, fazendo pesquisas de preços de matérias-primas ou captando compradores. É requisito da profissão conhecer a legislação internacional que regula as atividades ligadas ao petróleo e seus derivados e, como a maior parte das empresas do setor é estrangeira, é necessário ter fluência em inglês. O Rio de Janeiro concentra 80% da produção do petróleo nacional e costuma apresentar mais oportunidades de emprego, mas a Região Nordeste já conta com refinarias que empregam esse profissional.
Com duração média de quatro anos, o curso tem aulas recheadas de cálculos, principalmente nos dois primeiros anos. Estudam-se física, química, geologia, geometria, álgebra, lógica, estatística, mecânica e fenômenos de transporte. A partir do terceiro ano, entram matérias mais específicas, como fontes alternativas de energia, técnicas de exploração e refino do petróleo, prospecção de petróleo, matérias na indústria do petróleo, engenharia de reservatório, métodos de elevação, ciências dos materiais, entre outras. Na grade curricular também há disciplinas ligadas à gestão do negócio, como marketing, empreendedorismo, gestão ambiental e direito internacional. Estágio e trabalho de conclusão de curso são obrigatórios para se formar na graduação. Na UFBA, o curso é uma habilitação de Engenharia de Minas.
Ficou interessado? Então veja as melhores escolas, segundo a avaliação do GUIA DO ESTUDANTE.
Nome da FaculdadeEstrelas
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)★★★★★
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf)★★★★
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)★★★★
Universidade de São Paulo (USP)★★★

Para saber sobre outros cursos e faculdades, acesse
 Profissões e Universidades, no site do GUIA.


DICAS DE PROFISSÕES - FONOAUDIOLOGIA

FONOAUDIOLOGIA

DICAS DE PROFISSÕES - FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

18 de Abril - Dia Nacional do Livro Infantil


DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL

Dia Nacional do Livro Infantil

Livro, meu amigo!


Dia 18 de Abril é o Dia Nacional do Livro Infantil pois é a data de nascimento de um dos principais escritores de literatura infantil do Brasil, Monteiro Lobato! Ele criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperou os costumes e lendas do folclore nacional. E não parou por aí, misturou todos eles com elementos da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema.

Ler um livro de Monteiro Lobato ou qualquer outro é entrar em um mundo novo e explorá-lo! Pois é, o livro é mágico por isso, nos permite viajar para lugares inacreditáveis e não queremos mais parar.

Se você ainda não mergulhou nas aventuras mágicas dos livros, indicamos alguns escritores brasileiros para você começar: Ziraldo, Monteiro Lobato e Ruth Rocha.


Hoje, a SmartKids tem 6 livros publicados! Você ainda não tem? Clique aqui e conheça!


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Formação Docente

A volta do que não foi

Com sua extinção prevista a partir da edição da Lei de Diretrizes e Bases (1996), o curso normal, de nível médio, retoma espaço e ganha adeptos


Marta Avancini


Natália Neves Viana é aluna do 3º ano do curso de formação de professores do Colégio Estadual Dr. Nilson Ribas, em Jaguapitã, interior do Paraná. Longe de ser um caso isolado, a jovem faz parte de um contingente de quase 200 mil alunos em todo o Brasil que estão matriculados em cursos de nível secundário de formação de professores - denominação contemporânea do antigo curso normal. Aos 16 anos, Natália conta que decidiu fazer o curso por influência da família e das amigas. Não se arrepende da escolha. "Foi algo que me abriu muitas portas. Além disso, estou aprendendo coisas que permitem um olhar mais aprofundado do dia a dia." Ela também começa a vislumbrar seu futuro profissional: pensa em fazer pedagogia e se especializar em educação especial.

É a experiência de jovens como Natália - que, por terem tido contato cedo com o mundo da educação e da escola, se animam em seguir carreira no magistério -, somada à necessidade de aumentar significativa e rapidamente o número de docentes para a educação infantil e o primeiro ciclo do ensino fundamental e os percalços das políticas de formação docente desde a década de 1990, que estão renovando o fôlego dos antigos cursos normais.

Ao contrário do que imaginam muitos, os cursos não estão extintos no Brasil. É verdade que desde que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi aprovada, em 1996, eles perderam espaço e prestígio para a formação de nível superior. Como se sabe, a LDB preconiza, no artigo 62, que para atuar na Educação Básica o docente deve ter formação de nível superior. Mas, no mesmo artigo, admite a formação de nível médio como suficiente para lecionar na educação infantil e nos anos iniciais do
ensino fundamental.

O fato é que esses cursos continuam em funcionamento em 20 estados, de acordo com a Sinopse Estatística da Educação Básica de 2009, disponível do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Em vários deles, com um número significativo de matrículas: no Rio de Janeiro, que possui o maior número de matrículas, são 40,3 mil alunos. Pernambuco e Paraná vêm na sequência, com 35,6 mil alunos e 24,2 mil respectivamente.

A chefe do Departamento de Educação e Trabalho da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, Marilda Diório, conta que, com a aprovação da LDB, o normal foi perdendo espaço, restando apenas 14 escolas que mantiveram o curso em todo o estado. Esse quadro foi revertido em 2003, quando, por demanda dos municípios, a oferta da modalidade voltou a crescer. Hoje, são 134 escolas da rede pública com curso normal.

Em Pernambuco, a história é semelhante. "A LDB respalda a manutenção dos cursos normais e há demanda por parte dos municípios", justifica Simone Santiago, gerente de Políticas Educacionais de Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, onde o curso está implantado em 72 municípios.

Diante desse cenário, começa a ser ventilada a proposta de resgatar os cursos normais, transformando-os numa porta de entrada para a carreira docente. A ideia ganhou força na Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada em 2010, que rejeitou um trecho do texto que foi para debate e que previa a extinção do curso normal de nível médio do país. Com isso, a emenda pela manutenção do curso normal foi aprovada com maioria na plenária final.

Com base no referendo da Conae - e, obviamente, na enorme demanda por professores existente no Brasil -, a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC) está começando a construir uma estratégia para fortalecer o curso normal enquanto espaço de formação de profissionais para atuar na educação infantil, segundo informa a coordenadora-geral de Formação de Professores da SEB, Helena Lopes de Freitas.

"O normal sempre teve seu lugar e, embora não seja a formação de que todos os professores precisam, pode desempenhar um papel importante na solução de um dos principais problemas que enfrentamos hoje: a necessidade de ampliar o número de docentes", afirma Helena, admitindo que não existe um consenso no país em relação ao papel que cabe ao curso normal no circuito da formação docente.

Assim sendo, em 2011, a SEB deverá dar início a uma ação em parceria com os estados que mantêm esses cursos, com a finalidade de estudar estratégias para fortalecê-los.
Na opinião do assessor do Senado João Monlevade, que foi presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e membro do Conselho Nacional de Educação, o referendo da Conae tem um significado importante. "Foi uma vitória importante, sintonizada com a realidade e as demandas do país", analisa.

Para ele, assim como na visão de outros especialistas envolvidos na discussão, o normal pode desempenhar um papel relevante na profissionalização, ao mesmo tempo que garante uma formação inicial de qualidade ao futuro professor. "Quem faz pedagogia, normalmente é o aluno de baixa renda, que muitas vezes precisa trabalhar durante o dia e estudar a noite em cursos de nível superior de qualidade discutível", argumenta.

Assim sendo, por que não resgatar o papel histórico tradicionalmente desempenhado pelas escolas normais? É o que defende Isabel Lelis, professora e pesquisadora do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Em busca de legitimidade
"As escolas normais têm recebido um número crescente de alunos provenientes das camadas populares e precisam ser tratadas pelo Poder Público como um espaço legítimo de formação de professores", afirma Isabel. "As faculdades de educação e os cursos de pedagogia devem se abrir aos egressos da escola normal como um espaço formador de outra latitude."

Ao mesmo tempo, diante da inexistência de uma rede competente de instituições de ensino superior capaz de fornecer os conhecimentos, habilidades e competências requeridas pelo professor neste século 21, a escola normal permanece como uma instância de formação de professores das séries iniciais, complementa a professora da PUC-Rio.

Esse ponto de vista não é unânime. O docente e pesquisador ligado ao Departamento de Ensino da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Alvaro Hypolito avalia que "hoje o Brasil pode prescindir dessa modalidade".

"O exemplo do Acre mostra que não é necessário recorrer ao magistério para formar professores", lembra Hypolito, referindo-se ao sucesso da estratégia adotada no Estado nortista e que resultou em uma rede com quase 100% de docentes com nível superior.

Crítica versus prática
Além disso, para o professor, o ensino superior forma um professor mais crítico, pois agrega uma bagagem que torna o futuro profissional capaz de refletir e se posicionar frente aos grandes temas e questões da educação nacional (por exemplo, o analfabetismo) - algo que ele considera importante para o bom exercício da profissão, mas que é difícil ocorrer no secundário por falta de maturidade do jovem nessa etapa da vida.

Ele também alerta para o risco de, ao se incentivar a formação de nível secundário, enfraquecer o movimento pela melhoria das condições salariais e de trabalho da categoria. "É mais barato para as prefeituras contratarem um profissional de nível médio, o que dificulta o processo de implantação do piso nacional."

Para além da defesa do nível secundário ou do nível superior como sendo "a" instância de formação dos professores, uma problemática de fundo - e ainda não resolvida - é um entendimento mais claro do que se espera do professor que vai para as salas de aula.

Nesse sentido, uma reflexão da professora Isabel, da PUC-Rio, ajuda a colocar o debate em perspectiva: "A crise da escola normal e seu declínio se constituíram sob a hegemonia de razão teórica e sob a pseudodesvalorização da dimensão da prática pedagógica".

Ou seja, uma questão de fundo - ainda não solucionada - é qual é o tipo de professor que se pretende formar para atuar na Educação Básica. "Não existe um consenso nacional, mas esta é uma questão que precisa ser olhada", propõe Helena Freitas.

De um lado, os defensores da manutenção e fortalecimento dos cursos normais veem nessa modalidade a vantagem de ela possibilitar o contato com a prática, familiarizando o profissional com o cotidiano da sala de aula. De outro, os críticos defendem a necessidade de reforçar a formação crítica para o futuro docente, o que somente seria possível na faculdade.

A ênfase na prática é vista como uma vantagem para quem atua na ponta da gestão, como a coordenadora de Educação Infantil do Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura de Jaguapitã, no Paraná, Ivone Damasceno de Almeida. "O professor que tem normal é mais preparado, pois tem mais contato com as crianças", diz. "A teoria é importante, mas se o professor não fizer a ligação entre teoria e prática na sala de aula, não adianta", complementa Ivone.

A superação do impasse, na visão de Helena, depende de costurar uma articulação entre os dois níveis de formação. "Não é uma defesa saudosista do antigo normal, mas da construção de uma nova escola normal, com currículo melhorado e em articulação com os cursos de pedagogia, sem desprezar a sua tradição de uma escola que dá uma formação de qualidade aos alunos que passam por ela", defende a coordenadora de formação da SEB/MEC.

Para Isabel Lelis, da PUC-Rio, a retomada dos normais pode se constituir numa boa alternativa para a formação de professores no contexto de trabalho, "em processos reais de interação entre pares (professores da universidade e professores das escolas de Educação Básica)" e tendo em vista a construção de competências coletivas - e não individuais.

Retrato da sala de aula

Pesquisa define personalidades de alunos e sugere que professor adapte sua metodologia, mas classificação pode engessar a visão docente


Carmen Guerreiro

A tentativa de classificar o comportamento e temperamento humano vem de antes do surgimento de muitas das grandes filosofias e religiões do mundo. Hipócrates, pai da medicina ocidental - e cujas palavras ainda servem de juramento para graduandos de medicina hoje - marcou na Grécia Antiga a primeira categorização de personalidades. Segundo ele, existem quatro tipos de temperamento humano, de acordo com o fluido corporal que a pessoa mais possui: sanguíneo (sangue), fleumático (linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (bílis negra).

Desde os tempos de Hipócrates, psicólogos, psiquiatras e outros especialistas vêm tentando aperfeiçoar e definir os exatos tipos de personalidade humana. No fim de julho deste ano, a mais recente tentativa foi lançada no Brasil, quando Diogo Lara, psiquiatra e professor de Medicina e Biociências da PUC-RS, com sua equipe, concluíram a pesquisa Temperamento e chegaram a 12 tipos de personalidade, resumidos a quatro grupos principais: pessoas estáveis, instáveis, externalizadas e internalizadas. A novidade é que Lara aplicou esses perfis à educação, chegando a conclusões sobre como uma aula deve ser ministrada a partir das características de cada grupo de alunos. "Quisemos saber como o modelo se relacionava com diversas realidades e contextos, desde o videogame até o desempenho acadêmico", conta Lara.

Segundo ele, a maior parte das pessoas consegue reconhecer os perfis aos quais a pesquisa chegou sem precisar de uma cartilha e, em geral, 40% dos alunos de uma sala são do tipo "estável" e os outros 60% se dividem igualmente entre os outros três perfis. Existe, na escola, a "turma do fundão", em geral composta pelos alunos "externalizados" e alguns "instáveis", que começam a fumar e namorar precocemente, desafiam o professor, tendem a assumir menos responsabilidades, são ótimos na aula de educação física, mas não se dão bem com o ambiente da sala de aula. Já os "internalizados", ou "inibidos", se sentam nas laterais da classe, de maneira a evitar perguntas e olhares diretos. Por sua vez, os "estáveis" são mais previsíveis: prestam atenção, gostam e se conectam bem ao processo
de ensino.

A conclusão da pesquisa Temperamento é que existem dois tipos
básicos de aula: um mais expositivo, que privilegia informação, e outro mais dinâmico e prático, que foca habilidades. O tipo "estável" de aluno se adapta bem aos dois modos, enquanto os "inibidos" preferem a aula passiva, por temerem que o esquema mais participativo exponha suas vulnerabilidades. Os "instáveis" e "externalizados" precisam de atividades em que possam aplicar seu alto nível de energia, por isso preferem propostas mais práticas - em aulas expositivas não conseguem prestar atenção, cansam-se facilmente e se entendiam, o que mina sua autoestima e desempenho. "Se o professor entender que na sala de aula há pessoas desses vários tipos, pode equilibrar conscientemente atividades mais passivas com as mais participativas", analisa Lara.

Ressalvas
Apesar de Lara garantir que a pesquisa é conclusiva, e que não há outros perfis além dos encontrados pela Temperamento, Melania Moroz, do Programa dos Estudos de Pós-Graduados em Educação, da Psicologia da Educação da PUC-SP, pondera que outros profissionais podem chegar a perfis diferentes, por isso é preciso ter cuidado na hora de classificar alunos. "Não acredito que há perfis específicos, a ponto de definirem o que deve ser ensinado e as estratégias de ensino a serem utilizadas", observa.

A professora de história Maria Odette Brancatelli, do Colégio Bandeirantes, tem opinião parecida. Docente há 27 anos, ela diz que concorda com os perfis encontrados pela pesquisa, mas que muitos alunos possuem características de mais de um dos grupos de perfil. "As novas gerações são bem mais dinâmicas, têm mudado com uma rapidez incrível. Um novo estudo, daqui a um ou dois anos, pode apontar novos tipos de alunos", observa. Ela também acredita que o lugar que o jovem escolhe para sentar nem sempre define o seu perfil - há inibidos na "turma do fundão" e há externalizados e instáveis na frente da sala.

Estratégias
A partir dos resultados da pesquisa, Diogo Lara defende que o segredo para uma boa aula é dividir o tempo em metade de exposição, metade de atividades práticas. Da mesma maneira, cada professor encontraria o seu jeito de envolver alunos com personalidades diferentes. Vera Lucia Antunes é coordenadora pedagógica, professora de geografia do colégio Objetivo e ex-docente da rede estadual de São Paulo. Com 42 anos de sala de aula, ela afirma que sua estratégia é, em princípio, conhecer os alunos pelo nome e lugar onde sentam, e decifrar como eles se comportam na classe. Depois, encontra maneiras diferentes de chamar a atenção de cada um. Quem está conversando ou dormindo, por exemplo, é chamado para debater algum assunto atual que se relacione com a matéria. "Procuro me aproximar, fazer com que o aluno preste atenção. Quando ele perde o que está sendo discutido, perde o interesse, e isso leva à desmotivação e à distração na aula", afirma. Segundo ela, não há um só método em uma classe. Para os que dormiram, ela fala mais alto. Para os tímidos, ela fala mais direcionada, sem chamar a atenção.

O tipo mais difícil de motivar e envolver na aula é o "desligado" que, nas categorias de Lara, se encaixaria nos instáveis. Essa é a mesma opinião de Maria Odette, do Bandeirantes, que acha muito difícil trabalhar com os "indiferentes", desinteressados pelo conteúdo independentemente da estratégia. Nos tipos da pesquisa, eles também se encaixariam nos instáveis. "Conquistá-los leva tempo", diz.

A professora Vera, no entanto, atenta para o fato de que os perfis engessados podem impedir que o docente conheça de fato o estudante. Ela cita o exemplo de um aluno, hoje médico, que chegou a agredir fisicamente a diretora da escola e cujo desempenho nas avaliações escritas era baixo. Pelo contato em sala de aula, Vera sabia que ele conhecia o conteúdo. Uma prova oral mostrou que, na verdade, o garoto era disléxico - sua agressividade era resultado de frustração. "Esse tipo de aluno o professor muitas vezes acha que é vagabundo", alerta.

Outra questão que contradiz a recomendação do professor de adaptar sua aula aos alunos diz respeito à necessidade de que os jovens desenvolvam novas habilidades e se adaptem a uma atividade à qual não estão habituados. Assim, um aluno que prefere uma aula expositiva a um trabalho em grupo deve, em algum momento, aprender a trabalhar com os colegas para ampliar suas habilidades. "Algumas vezes, o professor sabe que determinada estratégia é a mais adequada para um tema - nesse caso, são os alunos que precisam se adaptar. A necessidade de adaptação é recíproca", afirma Maria Odette.

É o que defende Márcio Moreira, coordenador e professor do curso de psicologia do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb). Para ele, independentemente da existência de perfis de alunos e da necessidade de planejar atividades voltadas para o que os jovens trabalham melhor, o professor não pode se tornar escravo disso. "É preciso ter cuidado ao dizer que o professor precisa se adaptar, porque ele pode ficar em uma situação de receio, achando que tem de se adaptar para que o aluno aprenda", observa. "Não posso simplesmente classificar as pessoas em tipos e dizer que elas são assim e não vão mudar."

Outra crítica, levantada pela professora Melania Moroz, da PUC-SP, é que identificar perfis psicológicos não é o mais essencial para o sucesso de uma aula. O importante de conhecer os alunos, segundo ela, é entender o quanto eles sabem sobre o que será ensinado, para que o próprio docente possa se planejar e ter claro que proficiência o estudante deve ter no fim do processo. "Se um aluno não domina as operações matemáticas, qual é a probabilidade de que aprenda frações? Mínima! Ele provavelmente conversará com o colega, ouvirá música, ficará de cabeça deitada sobre a carteira, ou pensará em qualquer outra coisa não relacionada a frações", diz.

Os 12 perfis
Conheça os tipos de personalidades definidos pela pesquisa "Temperamento"

Internalizados
* Depressivo
* Apático
* Ansioso
(apreensivo)

Estáveis
* Eutímico
(tranquilo)
* Hipertímico
(energético)
* Obsessivo

Instáveis
* Ciclotímico
(ciclos de humor)
* Disfórico
(humor agitado)
* Volátil
(instável, mas aéreo)

Externalizados
* Desinibido
* Irritável
* Eufórico

Metodologia
A pesquisa Temperamento demorou seis anos para ser concluída. Está baseada na experiência clínica de Lara e seus colegas e, principalmente, nos resultados do sitewww.temperamento.com.br, dotado de um questionário virtual e anônimo que permite uma análise posterior do perfil de cada um. Mais de 50 mil pessoas já responderam às questões.

O método consiste em relacionar duas abordagens, o temperamento emocional e o afetivo. "No emocional levamos em conta o quanto a pessoa tem de vontade, de raiva, de medo, de sensibilidade a estresse, de capacidade de enfrentar e resolver problemas. São características fundamentais da nossa função mental", detalha. "O temperamento afetivo é a combinação desses fatores com configurações específicas que nos levaram a 12 padrões afetivos mais comuns."

Para aplicar a teoria à educação, a pesquisa verificou quais características afetivas e emocionais estavam relacionadas a um bom ou mau desempenho acadêmico, analisado por número de anos de escolaridade e número de repetências. "Por exemplo, quem não acabou o ensino médio tem hoje, como adulto de 24 anos ou mais, características de menos vontade, controle e capacidade de resolver problemas", diz Lara. Os pesquisadores também levaram em conta a vivência que tiveram como alunos, a experiência de Lara como professor universitário durante dez anos e outros trabalhos de pedagogia com modelos parecidos de temperamento.

FONTE:http://revistaeducacao.uol.com.br