terça-feira, 19 de outubro de 2010

ENTREVISTA


29/09/10

Por Mônica Vitória

Ilan Brenman é escritor e contador de histórias profissional, além de participar de palestras e de cursos de formação de professores em diversos lugares do Brasil. Para ele, as histórias de ficção são fundamentais para entender e até mesmo mudar a realidade. Mestre e Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, Brenman é apaixonado pela literatura infanto-juvenil, possuindo um acervo de cerca de quatro mil livros. Publicados por ele já existem 22, a maioria voltada para crianças.

O Conexão Professor conversou com Ilan sobre um dos temas mais abordados por ele em suas palestras – o incentivo à leitura entre os jovens e o papel do professor nessa missão. Em seu site http://www.ilan.com.br, o escritor dá outras dicas e sugere alguns títulos infanto-juvenis.


Conexão Professor (CP) - O livro ainda é uma ferramenta fundamental na educação?

Ilan Brenman -
A mais fundamental de todas as ferramentas, já que carrega dentro de si LINGUAGEM! Somos feitos de linguagem e somente através dela é que podemos transformar o nosso mundo interior e exterior.


CP - Qual é a importância de se ler livros num momento em que os jovens estão cada vez mais conectados e trocando os livros e outras atividades pela internet?

Ilan Brenman -
O livro requer silêncio, um encontro solitário consigo mesmo, é o momento em que os jovens podem realmente ouvir a música de sua alma, podem mergulhar nos seus pensamentos e emoções, é um momento genuinamente humano em que nos deparamos com todas as nossas perfeições e imperfeições. A internet possibilita isso? Creio que não.


CP - Você acredita na afirmação de que o adolescente brasileiro de hoje não gosta de ler? Por quê?

Ilan Brenman -
A pergunta deveria ser: não gosta de ler o quê? Livros escolares? Livros didáticos? Os maiores sucessos de vendas de livros estão nessa faixa etária, e isso vale para o mundo todo. “Crepúsculo”, “Percy Jackson e O Ladrão de Raios”, “Harry Potter”, “Diário de um Banana”, “O Diário da Princesa”, “A Droga da Obediência” etc. O adolescente gosta de ler aquilo que ele escolhe, não ao contrário. É evidente que é importante introduzir autores que consideramos essenciais para a formação desse jovem, porém, é tão importante quanto possibilitar que ele escolha suas leituras e através delas fazermos pontes com outras obras. Por exemplo: a partir do livro "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" introduzir mitos gregos recontados por outros autores; partindo de "Crepúsculo" apresentar Bram Stoker, clássico do gênero vampiro; de “Harry Potter”, apresentar Tolkien etc.


CP - O preço de algumas obras ainda é considerado caro para boa parte da população. É possível driblar esse obstáculo?

Ilan Brenman -
Discordo em parte dessa afirmação, o livro é caro em relação ao salário mínimo? Sim, concordo. Mas ao mesmo tempo vejo famílias de renda baixa que fazem um esforço danado para comprar um celular para o filho, ou um tênis mais "tchan", ou uma televisão LCD etc. Mas quando se fala de um livro a reação é sempre que é muito caro. Isso vale também para pessoas de alto poder aquisitivo, que dão para os filhos o décimo par de tênis importado, o último videogame do momento e ao mesmo tempo abrem o berreiro quando a escola solicita um livro de 30 ou 40 reais. A questão é qual o valor que damos para o livro, para a formação cultural dos nossos filhos. Hoje em dia podemos ler livros inteiros nas livrarias, bibliotecas públicas e comunitárias etc.


CP - O papel de incentivar os alunos à leitura é mesmo da escola?

Ilan Brenman -
O papel é também da escola. A família e a comunidade são aliados importantes nesse processo. Famílias leitoras ajudam a formar jovens leitores, cidades com boas bibliotecas possibilitam mais acesso aos livros.


CP - Por que e como os professores devem desempenhar essa função? Por onde começar?

Ilan Brenman -
Começo de tudo: o professor deve ser um modelo de leitor. Sem professores desejosos de literatura, muito árdua será a missão de formar alunos leitores.


CP - Que conselhos você daria para estimular os educadores a aproximar os jovens dos livros?

Ilan Brenman -
Surpreendam seus alunos, leiam trechos de livros em voz alta para eles, escolham livros que despertem o interesse dos alunos, construam pontes narrativas, contem sobre livros que vocês estão lendo, despertem a curiosidade, provoquem com temas que eles gostem.


CP - Quais autores de literatura juvenil você indicaria nas escolas?

Ilan Brenman -
Rodrigo Lacerda, Pedro Bandeira, João Carlos Marinho, Caio Ritter, Toni Brandão, Índigo, Heloísa Prieto e Dioniso Jacob.

FONTE: Conexão Professor

domingo, 17 de outubro de 2010

O professor pesquisador

Stella Maris Bortoni-Ricardo


No começo dos anos 1980, dois aspectos na didática de sala de aula ganharam relevância, especialmente em países industrializados: a interação professor-aluno e a qualidade do processo de aprendizagem. Essas duas tendências motivaram os professores a criar o hábito de investigar o seu próprio trabalho, visando identificar a melhor forma de apresentar um assunto ou tópico em sala de aula e acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos. Eles começaram por investigar suas turmas e a trocar experiências com os colegas, o que lhes permitiu identificarem achados equivalentes ou contraditórios. À medida que aprofundavam essa experiência, começaram a desenvolver pesquisas experimentais e a escrever monografias e estudos de caso, em que descreviam seus procedimentos. Surgia assim a ênfase na figura do professor pesquisador, cujos trabalhos têm trazido contribuições para um melhor entendimento do processo de ensino-aprendizagem.

O professor pesquisador não se vê apenas como um usuário de conhecimento produzido por outros pesquisadores, mas se propõe também a produzir conhecimentos sobre seus problemas profissionais de forma a melhorar sua prática. O que distingue um professor pesquisador dos demais professores é o seu compromisso de refletir sobre suas atividades, buscando reforçar e desenvolver aspectos positivos e superar deficiências. Para isso, ele está aberto a novas ideias e estratégias.

Uma forma de conduzir essa pesquisa é escrever um diário no qual é possível fazer anotações entre uma atividade e outra sem que isso tome muito tempo. A produção de um diário de pesquisa varia muito de pessoa para pessoa, mas a literatura especializada traz sugestões para o conteúdo de diários dessa natureza. Os textos mais comuns que são incorporados aos diários são descritivos de experiências que o professor deseja registrar antes que se esqueça de detalhes importantes. Sequências descritivas nos diários contêm narrativas de atividades, descrições de eventos, reproduções de diálogos, informações sobre gestos, entoação e expressões faciais. Esses detalhes podem ser muito importantes. Falas do próprio professor ou dos alunos devem ser reproduzidas o mais fielmente possível.

Além das sequências descritivas, constam também dos diários as sequências interpretativas, que contêm avaliações e reflexões preliminares, ou seja, elementos que vão permitir ao autor desenvolver uma teoria sobre a ação que está interpretando.

Uma grande vantagem do trabalho do professor pesquisador é que ele resulta em uma “teoria prática”, ou seja, em conhecimento que pode influenciar as suas ações práticas, permitindo uma operacionalização da relação ação-reflexão-ação.

FONTE:
www.unb.br

Vale a pena entrar neste site da Universidade de Brasília e pesquisar:

ALIMENTAÇÃO NO CAMPUS:
www.unb.br/servicos/alimentacao_no_campus

OUTROS SERVIÇOS MO CAMPUS:
www.unb.br/servicos/outros_servicos_no_campus

MORADIA DE ESTUDANTE:
www.unb.br/noticias/unbagencia/cpmod.php?id=71949

Interessante:

"Quem tem raiz é planta"

Para o diretor pedagógico do pré-vestibular Pódion, Ismael Xavier, o mais importante na hora de pensar em sair de casa é o desapego familiar. "Quando o jovem é muito apegado à família, fatalmente terá mais dificuldade quando estiver fora, sem apoio dos entes queridos, até para estudar e evoluir na universidade", alerta o educador. Segundo ele, os mais novos têm mais dificuldade de adaptação, porém nada que não possa ser superado. "O aluno que demora mais a passar no vestibular, já entra mais velho, mais amadurecido e valoriza mais a experiência."

Mas vale ter uma coisa em mente: "Quem tem raiz é planta", brinca Vinícius Miranda, diretor pedagógico da escola e do cursinho Olimpo. "A gente tem que ir até onde o mercado oferece uma proposta interessante", defende. Vinícius também enumera uma série de vantagens obtidas depois da mudança. "Ao lidar com gastos e novas tarefas, você ganha autonomia, maturidade, capacidade de resolver seus problemas. Além disso, estando numa universidade pública, dificilmente vai se deparar com um curso ruim."

Ele lembra, no entanto, que qualquer processo seletivo de universidade é sempre meritocrático. "O estudante não tem que ser adestrado para o vestibular e se preocupar com o formato das questões, se é certo e errado, se precisa somar itens ou as respostas são múltipla escolha. Ele tem que aprender o conteúdo para fazer qualquer prova", salienta.


Passo a passo

Saiba o que levar em conta ao decidir prestar vestibular em outras cidades:

# Escolha o curso que atenda melhor a especificidade do que você quer - pesquisa ou mercado de trabalho.

# Pesquise a universidade que tenha renome nacional - e até internacional - que se encaixa melhor em seus projetos. Verifique no site enade.inep.gov.br a classificação das instituições e o perfil de cada uma para definir qual delas é preferível.

# Selecione a cidade para onde pretende ir.

# Verifique o padrão do vestibular. Procure ler o edital, saber as condições necessárias, tipos de provas e locais de provas para verificar se será preciso deslocamento. Algumas universidades aplicam os exames em Brasília e outras na própria cidade da instituição.

# Busque provas antigas para resolver.

# Estude muito. De preferência, matricule-se em um cursinho de credibilidade no preparo. O melhor termômetro é o índice de aprovação de cada pré-vestibular na determinada universidade.

# "O curso não aprova ninguém. Quem se aprova é o candidato", diz Ismael. Siga todas as orientações e acredite no seu potencial.

# Se não passar de primeira, não desista. Seus concorrentes são do país todo. A aprovação é um projeto que dura, em média, dois anos.

# Sendo aprovado, procure saber onde é bom para morar. Vá à cidade e se informe junto ao diretório acadêmico da universidade sobre locais que alugam quartos, móveis etc.

# Junto com seus familiares, analise o ambiente em volta e as condições oferecidas no local, como serviços de internet, como é banheiro, se será preciso dividir quarto e banheiro.

# Prefira locais com transporte fácil, próximos a supermercados, farmácias e locais de consumo viáveis, pontos onde não haja muito problema de segurança pública.

# Se for morar com alguém, veja se há algum conhecido seu. Alguém com quem você tenha convivência. Isso facilita o processo de transição.

# Lembre-se também de que é importante ter um mínimo de privacidade, um lugar onde você possa estudar sem ninguém te atrapalhar.

# Aí é só entrar, estudar e fazer um bom curso. Aproveite todas as oportunidades possíveis. Conheça pessoas, envolva-se com projetos.
Isso ajuda a amenizar a saudade e conta muito no final do curso.

*As dicas são do diretor pedagógico da escola e do cursinho Olimpo, Vinícius Miranda, e do diretor pedagógico do pré-vestibular Pódion, Ismael Xavier.


Fonte: www.unb.br/noticias/unbagencia/cpmod.php?id=71949



sábado, 16 de outubro de 2010

15 de outubro - DIA DO PROFESSOR

Professor, o artesão do ensino

Dia 15 de outubro. Dia do Professor. Feriado nacional. Imagine que isto teve início no ano de 1827, quando foi criado um Decreto sobre Ensino Elementar no Brasil. O decreto determinava que todas as cidades deveriam ter suas escolas, seu ensino descentralizado, ministrando as principais disciplinas necessárias ao aprendizado. Em São Paulo, 120 anos depois, houve a primeira comemoração do Dia dos Professores. O sucesso da celebração foi tão grande que este dia passou a ser comemorado em outras cidades e em outros países. A partir de então, criou-se o Decreto nº 52.682/63 que declara, oficialmente, o dia 15 de outubro feriado escolar. Dia do Professor. Dia da Educação.

É curiosa a etimologia de ‘educar’. A palavra vem do latim - “educere” -, verbo composto do prefixo “ex”, que significa “fora” + “ducere”, que significa conduzir, levar. Literalmente, educar é ‘conduzir para fora’, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo. Ajudá-lo a praticar, experimentar, desenvolver sua inteligência a fim de saber lidar com o novo e saber construir o novo.

Lembro-me da história de um pai que estava em casa, trabalhando em seu escritório quando, de repente, surge seu filhinho, querendo brincar. O pai, sem tempo para atender o garoto, pega um mapa mundi que havia sobre sua mesa, rasga-o dá ao menino e diz: - Filho, toma. Monte este mapa e quando terminar, volte aqui para a gente brincar. Fez isto, certo de que o garoto demoraria tempo suficiente para que ele, o pai, completasse seu trabalho. Qual não foi a sua surpresa, quando dez minutos depois, volta o menino com o mapa totalmente reconstruído! O pai, admirado, pergunta: - Como você conseguiu montar o mapa tão rápido? Ao que o menino responde: - Foi fácil, pai. Quando você estava cortando o papel eu reparei que atrás do mapa tinha um homem. Então, eu fui consertando o homem. E, quando acabei de consertar o homem, vi que eu tinha consertado o mundo.

Eis a tarefa do professor. Consertar o homem para consertar o mundo. Não é uma tarefa das mais fáceis, mas com certeza uma das mais dignas. Não há profissional que não tenha passado pelos bancos escolares. Falar em escola é falar em pessoas, é falar nas complexas dimensões do humano que precisam ser acolhidas pelo afetuoso olhar do professor na sua caminhada educacional em direção à formação dos alunos, desde a Educação Infantil até a Universidade. São espaços do humano: o respeito a si mesmo e ao outro, à vida, à natureza, às etnias, às culturas, às diferenças. Além disto, o conhecimento, a competência, a autoestima, o limite, a solidariedade, a convivência pacífica com o outro na prática social, a retidão, a ética, o afeto. São valores que precisam ser construídos com o mesmo apuro, precisão e delicadeza que tem um joalheiro ao lapidar, com arte, a pedra bruta que tem em mãos.

E as famílias, se conscientes da importância e da complexidade deste trabalho, ao escolherem uma escola para seus filhos têm, por obrigação, respeitar os professores e ensinar seus filhos a respeitarem-nos. A educação é o único alicerce capaz de sustentar uma estrutura econômico-social mais justa, mais humana, mais competente e com maior capacidade de reduzir a miséria e as desigualdades sociais. E o professor é a viga mestra que sustém esta estrutura. Valorizá-lo é a única forma de se cumprir a premissa do menino: consertar o homem para consertar o mundo.

O professor é o artesão do ensino: aquele que, com sabedoria, tem a arte nas mãos, na mente e no coração. Parabéns, professor, artesão na construção de uma sociedade mais justa, mais honesta, mais digna.A professora Marlene Salgado de Oliveira é mestre em Educação pela UFF, doutoranda em Educação pela UNED (Espanha) e membro de diversas organizações nacionais e internacionais.


Artigo enviado por Professora Marlene Salgado de Oliveira 16/10/2010 18:37:14 recadodaprofessora@jornalsg.com.br

FONTE: www.osaogoncalo.com.br


O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO INOCÊNCIO DE ANDRADE PARABENIZA A TODOS OS PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO NORMAL POR ESTE DIA DEDICADO À EDUCAÇÃO.

sábado, 2 de outubro de 2010

Quadro da educação nacional


Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros freqüentam diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país.

Uma outra notícia importante na área educacional diz respeito ao índice de analfabetismo. Recente pesquisa do PNAD - IBGE mostra um queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola.

Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação tem tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto, aliado a políticas de valorização dos professores, principalmente em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.

Outro dado importante é a queda no índice de repetência escolar, que tem diminuído nos últimos anos. A repetência acaba tirando muitos jovens da escola, pois estes desistem. Este quadro tem mudado com reformas no sistema de ensino, que está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades de recuperação. As classes de aceleração também estão dando resultados positivos neste sentido.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes.

FONTE: http://www.suapesquisa.com/educacaobrasil/